Writing the History of a Controversy: The Relationship between the Rwandan Catholic Church and the Tutsi Genocide through the Rwandan Press (1994–2003)
Écrire l’histoire d’une controverse : les relations entre l’Église catholique rwandaise et le génocide des Tutsi au travers de la presse rwandaise (1994-2003)
Escrever a história de uma controvérsia: as relações entre a Igreja Católica ruandesa e o genocídio dos Tutsi através da imprensa ruandesa (1994-2003)
Résumé
The history and memory of the genocide against the Tutsi in Rwanda have been the subject of much controversy since 1994. In order to study it, academics gather various sources: interviews, public and private archives, and press sources. Each of these sources has its specificities that must be considered.
Although it is not much mobilized, the press is an essential primary source to write a history of post-genocide debates. In a context of still limited access to the public and private Rwandan archives, the press indeed allows us to establish a fine chronology and to identify the actors, their networks, and the circulation of their productions. However, these sources raise practical and methodological questions: where can they be found? What specific biases do they produce?
For this article, I chose to revisit the controversy that has surrounded the responsibility of the Catholic Church in the genocide against the Tutsi. The Rwandan Catholic Church has had a particular role in the intellectual and political history of the country since the colonial era, but also in the history of the media, as clergymen were behind many magazines and newspapers. After 1994, the new Rwandan authorities accused the Catholic Church of being responsible for the genocide against the Tutsi. Specific criticism targeted Catholic missionaries. Starting from a corpus of articles published in 1998-1999, I wish to shed light on the richness of the Rwandan press sources for the study of this controversy. I also aim to show how it can be used within an approach that mainly relates to the history of intellectuals. Such a methodological approach could be extended to other controversies and more broadly to the contemporary history of Rwanda.
L’histoire et la mémoire du génocide des Tutsi au Rwanda font l’objet depuis 1994 de multiples controverses. Afin de les étudier, les universitaires réunissent des sources diverses : entretiens, archives publiques et privées ou encore sources de presse. Chacune de ces sources a ses spécificités qu’il s’agit de prendre en compte.
En vue d’écrire une histoire des débats post-génocide, la presse est une source primaire essentielle, bien qu’encore peu mobilisée. Dans un contexte d’accès encore réduit aux archives rwandaises publiques et privées, elle permet pourtant de proposer une fine chronologie, d’identifier les acteurs, leurs réseaux et la circulation de leurs productions. Ces sources posent cependant des questions pratiques et méthodologiques : où les trouver ? Quels biais spécifiques engendrent-elles ?
Pour cet article, j’ai choisi de revenir ici sur la controverse autour de la responsabilité de l’Église catholique dans le génocide des Tutsi. L’Église catholique rwandaise porte un rôle particulier dans l’histoire intellectuelle et politique du pays depuis l’époque coloniale, mais aussi de l’histoire des médias, des religieux étant à l’origine de nombreuses revues et journaux. Après 1994, l’Église catholique est accusée par les nouvelles autorités rwandaises de porter une responsabilité dans le génocide des Tutsi. Les missionnaires catholiques font l’objet de critiques spécifiques. À partir d’un corpus d’articles réduit à la période 1998-1999, je souhaite montrer la richesse des sources de presse rwandaise pour l’étude de cette controverse et son usage possible dans une approche relevant principalement de l’histoire des intellectuels. Une telle approche méthodologique pourrait être étendue à d’autres controverses et plus largement à l’histoire contemporaine du Rwanda.
A história e a memória do genocídio dos Tutsi no Ruanda têm sido, desde 1994, objecto de múltiplas controvérsias. Para o seu estudo têm sido reunidas diversas fontes, por universitários: entrevistas, arquivos públicos e privados ou ainda fontes provenientes da imprensa. Cada uma destas fontes tem as suas especificidades que é preciso ter em conta. Para se escrever a história dos debates pós-genocídio, a imprensa é uma fonte primária essencial ainda que pouco mobilizada. Num contexto de acesso ainda reduzido aos arquivos ruandeses públicos e privados, ela permite contudo estabelecer uma cronologia rigorosa, identificar os actores, as suas redes e a circulação das suas produções. No entanto estas fontes colocam questões práticas e metodológicas: onde encontrá-las? Que preconceitos específicos engendram?
Para este artigo escolhi voltar à controvérsia relacionada com a responsabilidade da Igreja católica no genocídio dos Tutsi. A Igreja católica ruandesa desempenha um papel especial na história intelectual e política do país, desde a época colonial, mas também na história dos média, visto que na origem de numerosas revistas e jornais estão religiosos. Desde 1994, a Igreja católica tem sido acusada, pelas novas autoridades, de ter responsabilidade no genocídio dos Tutsi. Os missionários católicos são objecto de críticas específicas. Com base num corpus de artigos publicados no período de 1998-1999, desejo mostrar a riqueza das fontes da imprensa ruandesa para o estudo desta controvérsia e do seu possível uso numa abordagem relacionada, principalmente, com a história dos intelectuais. Uma tal abordagem metodológica poderia ser alargada a outras controvérsias e mais amplamente à história contemporânea do Ruanda.
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